Socorrista se emociona ao lembrar de resgate de sobrevivente que ajudou equipes com informações sobre outras vítimas.
O primeiro dia útil após a tragédia ocorrida em Pontal do Paraná, no começo da noite da última sexta-feira (22), com o desabamento de parte da laje do supermercado Super Rede no balneário Canoas, recém inaugurado, foi de intenso trabalho das investigações que apuram as causas e responsabilidades do fato, conforme noticiamos ontem (25). Mas a segunda-feira também foi de alívio para a família da última vítima que ainda estava internada no HRL – Hospital Regional do Litoral receber alta.
De acordo com HRL, a casa hospitalar recebeu quatro pacientes vítimas do desabamento. Dois deles receberam alta no dia seguinte à tragédia, no sábado (23); uma pessoa foi transferida no domingo (24) para um hospital particular, a pedido da família; e uma mulher de 41 anos recebeu alta nesta segunda-feira (25). As vítimas fazem parte das 12 sobreviventes do desabamento, as demais, com ferimentos de menor gravidade, foram levadas para a Unidade de Pronto Atendimento de Pontal do Paraná.
“Ela estava embaixo dos escombros, ao lado das vítimas fatais”
Em conversa com o socorrista Rafael Rodrigues, que ficou feliz ao saber pelo JB Litoral que a sobrevivente retirada por ele, com auxílio de outros integrantes das equipes de socorro, debaixo dos escombros, recebeu alta nesta segunda-feira, contou mais sobre como foi o resgate.
“Ela estava embaixo dos escombros, ao lado das vítimas fatais, foi a única sobrevivente retirada com vida da área onde estavam as três moças que morreram. Ela também era funcionária, estava consciente e nos ajudou com informações sobre a quantidade de pessoas e a localização delas ali na área da laje que desabou”, disse Rafael, que atua na Base de Paranaguá, do SAMU.
Ele também relatou como foi o momento em que familiares da mulher, de 41 anos, chegaram ao local do acidente.
“Como ela estava com uma fratura na perna, tivemos que cortar a calça dela e a chave do carro caiu na ambulância. Após o socorro, voltei ao local e entreguei a chave a um tenente do Corpo de Bombeiros, foi quando chegaram a mãe e a tia dela. A mãe chorou bastante ao abrir o carro e saber que a filha estava ao lado da colega, que infelizmente, faleceu”, detalhou o socorrista.
E com a sensibilidade de quem sabe que não esquecerá o que viu na última sexta-feira, desabafou.
“Ontem entrei em um supermercado para fazer compras pessoais e vi uma roda-gigante feita com vassouras, igual tinha lá no mercado que desabou, que vimos no escuro, em meio a tanta tristeza e à procura de mais vítimas. Isso marcou a gente, vai ficar na cabeça por muitos anos”, finalizou.
Com informações do JB Litoral.
Luiz Michelin Junior – Jornalista
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